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segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Oração no Espírito


                                                                                                                                                    Carmelo Peixoto



“Orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos” Ef. 6:18


    A oração no Espírito é um tema da vida cristã  pouco compreendido. Eu ainda não vi sermões e estudos com freqüência sobre o assunto. Nada é mais definidor da vida espiritual de uma pessoa do que sua vida de oração. O orar no Espírito então é que deve ser o mais importante  para  a conduta Cristã  e também para o cristão  avaliar sua vida espiritual.    

    Creio que prestarei um bom serviço ao povo de Deus se colocar aqui alguns pontos sobre o assunto, extraídos livreto Orando no Espírito,  que a propósito constitui o vigésimo quinto capítulo do livro O Soldado Cristão, de D. M. Martin Lloyd-Jones, publicado pela PES.  Seguem então estes pontos que me parecem salientes. Os trechos do Doutor Martin Lloyd-Jones estão em negrito para destacar das minhas observações e paráfrases.

    Em Filipenses 3:3, Paulo afirma “Porque a circuncisão somos nós, que servimos a Deus em espírito, e nos gloriamos em Jesus Cristo, e não confiamos na carne.”  Paulo fala que os cristãos são diferentes dos judeus e dos judaizantes, cujo aspecto externo da religião era o que contava. Suas orações, por exemplo, eram formais, mecânicas. Mas nós somos a circuncisão, nós que servimos a Deus em espírito e não, na carne nem andamos  nos pensamentos da carne; nós nascemos de novo, recebemos vida espiritual. Judas também nos exorta em termos que são exclusivamente concernentes à esfera espiritual e não ao aspecto externo da religião:

  “Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé, orando no Espírito Santo,Conservai-vos a vós mesmos no amor de Deus, esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.” (Judas 20,21)

    Destaco aqui a expressão “orando no Espírito Santo”. Mais uma vez o que se tem é uma referência à oração no Espírito. A carne, sabemos, para nada aproveita ( Jo 6:63).  A inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeita à lei de Deus (Rm 8.7). Então eu tenho que a vida que a vida cristã verdadeira só pode ser vivida no Espírito e de modo particular, que observamos aqui, a oração. Orando no Espírito, diz Judas, Orando no Espírito, diz Paulo. Não se diz na Bíblia sobre  outro tipo de oração que não seja no Espírito, já que “a carne para NADA aproveita”. Assim temos que orar no Espírito é a única condição certa para orar. Para se orar verdadeiramente, tem-se que orar no Espírito. Por esta razão é da maior importância compreendermos isto.

   Existem aspectos externos e formais na oração, mas que não são determinantes da verdadeira oração. Por exemplo, pode-se orar de joelhos, em pé, em público, silenciosamente (sem palavras) na rua, na igreja, em pequenos grupos: pode-se orar com ordem: confissão, gratidão, louvor, petição. Estes são aspectos formais que não podem substituir ou estarem separados da condição fundamental que citamos acima: orar no Espírito, que é o aspecto primordial. O que se vê contudo é uma preocupação com o externo, o litúrgico,  o formal que são importantes, mas não podem substituir o fundamental. Quem não ora no Espírito está fora da orientação da Palavra de Deus.

   O elemento vital da oração é orar no Espírito. Afirma Martin Lloyd-Jones:

 “A verdadeira oração é a que é feita ´no Espírito`. É o oposto de pôr a confiança em formas e no ritual” Não deem ouvidos a esses judaizantes, diz Paulo aos filipenses; eles dirão que vocês só poderão num templo, ou que só poderão adorar se adotarem certas formas e cerimônias, de certo ritual. Depois profere a palavra positiva: “ A circuncisão somos nós, que servimos a Deus no Espírito”, isto é, de maneira espiritual. Toda e qualquer outra adoração ou oração é mecânica, externa, formal; não é aceitável a Deus. Vemos, pois, a necessidade desta exortação, deste acréscimo: “no Espírito” (...) Podemos  dizer que “orar no Espírito” é oposto das orações frias, formais, que não vêm do coração”
(p. 17-18)

    Nada mais claro do que isto. Quanta oração é mecânica, apenas litúrgica, para o momento do culto, sem vida, mecânica, formal, ritual, fruto de uma mente e não do coração. Há tanta gente sem dinamismo espiritual, consumista, materialista, que tenta ou parece querer reduzir a vida cristã a comportamentos mecânicos. Oração no Espírito não é oração emocional, pois se refere ao Espírito Santo. Mais uma vez Lloyd-Jones:

Oração no Espírito. Isto significa que o Espírito Santo dirige a oração, cria a oração dentro de nós e nos capacita a elevá-la a Deus. “ Não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós” Ele faz isso em nós, ele nos dá as petições, Ele ordena a nossa mente, Ele nos dá a oração, Ele a dirige, Ele a reveste de poder. (P. 19)

    Só os salvos por Cristo, só os nascidos de Deus podem orar assim; e mais, só os salvos que não vivem suas vidas relaxadas sem leitura diária e oração; só os salvos que estão em comunhão com o Senhor. Os vigilantes, que frequentemente desenvolvem sua fé, crescendo no conhecimento e na graça de Cristo. Crentes que levam uma vida descuidada, satisfeitos com o que já receberam do Senhor, cujos olhos estão fascinados por este mundo; crentes fracos e bebês na fé, apesar de terem tempo de convertidos, que nunca aprenderam a andar no Espírito, controlados por Ele, deixando que Ele presida suas vidas, terão dificuldade para orarem assim.  É o Espírito que conduz o crente na liberdade de orar, ele não precisa se esforçar, a oração passa a ser um deleite e não uma obrigação. Esta é a verdadeira e legítima oração. Ela é marcada pela soltura, as palavras brotam com espiritualidade e impactam as pessoas ao redor, elas trazem glória para Deus.

   “A palavra grega traduzida “orar em” o Espírito pode ter vários significados diferentes. Por (sic) significar “por meio de”, “com a ajuda de”, “na esfera de” e “em conexão a”. Orar no Espírito não se refere apenas ao que estamos dizendo, mas ao modo como estamos orando. Orar no Espírito é orar de acordo com a orientação do Espírito.” (http://doutrinas.blogspot.com/2010/11/orar-no-espirito.html)

   Devemos pedir pela nossa vida de oração, podemos pedir: Oh, Deus! Dá que eu ore no Espírito, como te agrada.  Neste mesmo sentido diz Spurgeon, o príncipe dos pregadores:

   "A oração em si mesma é uma arte que somente o Espírito Santo pode nos ensinar. Ele é o doardor de todas as orações. Rogue pela oração - ore até que consiga orar, ore para ser ajudado a orar...” Charles H. Spurgeon

   É no domínio do Espírito, em comunhão com Ele, por meio dEle que podemos orar:  “E da mesma maneira também o Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis.” (Rm 8:26,27)

   Termino aqui com mais um trecho de Martin Lloyd-Jones no seu no texto Orando no Espírito:

   “Orações formais, orações lidas – não são estes os meios pelos quais podemos “agarrar-nos a Deus”. Mas, se vocês estiverem no Espírito, poderão fazê-lo...procuremos  aprender a orar no Espírito. Uma vez que o tenham aprendido, não ficarão satisfeitos com nada menos que isso, sentirão que tudo mais é falho e leva ao fracasso. Ser tomado pelo Espírito, saber que ele está iluminando sua mente e movendo o seu coração, dando-lhe liberdade de palavras, liberdade de expressão, e entendimento das coisas da esfera espiritual, é disso que precisamos”.

Orar no Espírito é orar em espírito e em verdade, e não na mente carnal; É orar sob o controle do Espírito, quando a alma está controlada pelo Espírito de Deus. É uma oração do coração de alguém que está em íntima comunhão com o Espírito, recebendo dEle a própria oração. Esta é a verdadeira oração. É desta oração que precisamos para vencer o diabo, o mundo e a carne. Sem esta oração diária e “no Espírito”, desanimaremos. O homens têm o dever de orar sempre e nunca desfalecer. Oremos no Espírito, Ele mandou. Somos dEle em Cristo Jesus, nosso vitorioso Senhor e Salvador. Um abraço, em Cristo.

     Visite o nosso blog Oração e Avivamento: carmelopeixoto.blogspot.com


 




sábado, 28 de maio de 2011

Amados, aguardem nova postagem segunda 30/05

Estou trabalhando num texto cujo tema  é a oração no Espírito.
Se Deus quiser, deverá ficar pronto na segunda, dia 30/05, isto é, depois de amanhã ou, quem sabe, amanhã.
Deus os abençoe. Carmelo Peixoto.

terça-feira, 17 de maio de 2011

O Lugar Silencioso de Oração: A Vitória que o diabo Teme



                                                                         Carmelo Peixoto


  “Pela manhã, eu ficava ocupado em preparar a mente ao invés do coração. Este tem sido frequentemente o meu erro e sentia sempre o seu mal, especialmente na oração. Reforma-a, pois Senhor! Alarga o meu coração e eu pregarei”.  (Robert Murray McCheyne)

 “Quem orou bem, estudou bem” (Lutero)

  
                Lugar silencioso de oração: a cultura moderna quase o extinguiu. 

                                   Missionária Marliete Peixoto em joanesburgo – África do Sul


     Uma das maiores preocupações do diabo, ao que parece, é impedir a oração do cristão. Ele usa as mais diversas armas para atingir esse extremamente malvado objetivo. Há uma barreira muito grande e ao mesmo tempo pouco perceptível que satanás levantou. Pouca gente se dá conta. Ele trabalha para esconder isto. Eu chamo de cultura liberal da modernidade. Um modo e estilo de vida materialista, consumista que tira o foco do crente das coisas de Deus para as aquisições materiais, levando a consumir produtos e gastar seu tempo com coisas que vão ficar aqui.

     Esta cultura moderna ou pós-moderna (como quiserem) teve efeitos perversos para o crescimento individual dos crentes. Os filhos de Deus, ao se tornarem preocupados em manter o status (bons empregos, boa casa, bens materiais de consumo de toda ordem, acabam por abandonar a vida de leitura bíblica e a oração. O resultado então é uma criança na fé por décadas, um religioso, uma vida desperdiçada. Uma vez conseguido isto ele não tem muito o que fazer. É só ir administrando com conversa religiosa as idéias daquele ou daquela crente:Jargão religioso, frases feitas, modismos, etc.

      Acrescento que a vida de comunhão também, neste caso,  já foi destruída mesmo antes de se estabelecer. Sem comunhão e sem oração, sem leitura da Palavra, o que um crente faz? Que poder de testemunho ele tem ? Deixo que Atos 2:42 responda:

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações” (Atos 2.42).
 
     Amados, estudem todo o livro de Atos, mas especialmente esses primeiros capítulos. Este trecho é muito significativo. A perseverança na oração está ao lado da doutrina, do partir do pão (ceia e refeições) e da comunhão.
    A cultura  moderna com seu barulho, seus apelos consumistas e seu deus entretenimento conseguiu impedir o crescimento e o fortalecimento da maioria dos cristãos.  Por isso há pouco poder na vida de ministros em geral e nos líderes; há mais cérebro do que coração nos sermões, há mais intelectualismo nas ações eclesiásticas do que propriamente direção do Espírito. Os cristãos em geral usam muito sua inteligência carnal e não a inteligência espiritual de Colossenses:

Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós, e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual ( Col 1:9)

      Esta cultura moderna individualista solapou também a comunhão dos santos enfraquecendo os laços afetivos, o que prejudicou a intercessão mútua, atividade comum na igreja. O senso de comunidade, incluindo a família foi enfraquecido, e a própria família é abertamente contestada.

     A oração é um dos quatro pilares de Atos 2:42. Todos eles estão sendo atacados frontalmente pelo inimigo e não há muitos que enxergam isto. Leiam sobre os avivamentos na história da igreja. Todos eles foram precedidos pela oração. Oração pela madrugada, oração diária, oração em grupos pequenos, todos clamando por avivamento, pelo derramamento do Espírito. Os corações têm que voltar para Deus, voltar  ao amor do Seu bendito Filho. O mais puro e perfeito amor.  O lugar silencioso de oração é o lugar em que esta batalha é vencida. Vejam o caso do maior evangelista do século XIX D. L Moody, que levou 500.000 almas a Cristo:

      Há mais de cem anos, dois jovens estavam conversando, na Irlanda. Um deles disse: “O mundo ainda há de ver o que Deus pode fazer com alguém totalmente consagrado a Ele”.
     O outro meditou sobre estas palavras durante semanas. Elas não o soltaram mais, até que um dia ele disse: “Pelo Espírito Santo eu serei este homem”.
Hoje os historiadores dizem que ele tocou dois continentes por Cristo. Seu nome: Dwight L. Moody.

      Ele clamou por um revestimento de poder  e quando Deus enviou, a intensidade do poder foi de tal magnitude que ele pediu a Deus que parasse porque o seu corpo não aguentava. Este era o poder de Moody, o maior e o mais notável evangelista do século XIX.

       Por estas razões, pelo fato de a oração desencadear avivamentos e milhares se converterem ao Senhor, o diabo tenta distrair a mim e a você para não orarmos. Precisamos combater, queridos, esta estratégia maligna. Nada de moleza, não pare de orar, porque o diabo não para de perseguir você e sua família, seus amigos e a humanidade toda. Ele teme a sua oração e a minha. A oração protege, santifica, muda o mundo, muda o as circunstâncias porque Deus ouve a oração do seu povo.

      Leiam sobre a oração na igreja da Coreia do Sul, cuja história foi marcada com o sangue dos mártires. Eles se levantam às 3 horas da manhã para orar, pois, dizem eles, Deus é nossa prioridade. Há igrejas com 10 mil, 80 mil membros com 10.000 grupos familiares.  A Igreja de Paul yonggi Cho tem 700.000 membros. Ele gasta 70 por cento do seu tempo em oração e só 30 por cento no pastoreio da Igreja. Leiam a história dos avivamentos.  O diabo está escondendo isto de mim e de você. O caminho é este. Ore  e peça o poder do Espírito, um revestimento de poder, e Deus, na sua fidelidade, atenderá porque ele é bom e a sua misericórdia dura para sempre. "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei e abrir-se-vos-á; porque todos os que pedem, recebem; os que buscam, acham;e a quem bate, se abre."  (Mateus, 7:7-8.)

   Pode pedir, o mundo precisa e Deus é misericordioso e fiel. Tem sido assim na história da Igreja. Oh! Pai, dá-nos este espírito de oração e esta convicção. Tudo é possível ao que crê. Com um abraço em Cristo. Carmelo Peixoto.





















sábado, 14 de maio de 2011

John Knox e a Sua Oração


                                                                                                  Carmelo Peixoto
Quem Era John Knox
   Segundo nos informa Martin Lloyd-Jones, o conhecido  historiador Thomas Carlyle (1795 - 1881), em seu livro, Os Heróis e o Culto aos Heróis ("Heroes and Hero Worshippers") considerava John Knox como

(...) o pai e fundador de um movimento que levou a eventos extraordinários,  não somente nas Ilhas Britânicas, mas bem mais distante, a eventos que influenciaram todo o curso da história.
          
John Knox é o grande nome da Reforma na Escócia. De uma família pobre, criado na pobreza e no catolicismo romano, chegou a ser sacerdote, convertendo-se depois em meados da década de 1540;  foi designado ministro e pregador em Berwick-sobre-o-Tweed ("Berwick-on-Tweed"), e permaneceu lá e em Newcastle-sobre- o-Tyne ("Newcastle upon Tyne") de 1549-51. Depois disso ele veio para Londres; e nesse tempo Eduardo VI estava no trono. Knox tornou-se um dos capelães e pregadores da corte. Após a morte de Eduardo VI, Maria, a Sanguinária, subiu ao Trono da Inglaterra obrigando Knox e outros a fugirem para protegerem suas vidas. Sua grande obra mesmo foi feita na Escócia.
Dois Depoimentos sobre John Knox

 “Randolph, homem da corte e embaixador, disse o seguinte, a respeito dele e da sua pregação: "A voz de um único homem é capaz de, em uma hora, pôr mais vida em nós do que 500 trombetas ressoando continuamente em nossos ouvidos”. (D. M Lloyd-Jones. John Knox, o Fundador do Puritanismo)

 “É tradicional a referência ao efeito da sua pregação sobre Maria, rainha dos escoceses. Ele podia fazê- la chorar; não sob convicção, e sim de raiva. Ela o temia; ela dizia que tinha mais medo das suas orações e da sua pregação do que de muitos regimentos de soldados ingleses.” (Lloyd-Jones, D. M. John Knox, o Fundador do Puritanismo)

A Oração de John Knox

Ele foi um homem de oração, um ativo homem de oração. Vejamos amados aqui um exemplo de como ele orava:

  “Oh, Senhor, dá-me a Escócia, ou eu morro!” Depois de algum silêncio, clamava outra vez: “Oh Senhor, dá-me a Escócia, ou eu morro!” Outra vez um profundo silêncio. Então, mais uma vez o clamor, com um sentimento mais profundo: “Oh Senhor, dá-me a Escócia, ou eu morro!” E Deus lhe deu a Escócia. (William E. Allen, História dos avivamentos Religiosos)

Em sua últma mensagem em 2010, David Wilkerson conta que, certa vez, ao conversar com o falecido reavivalista Leonard Ravenhill sobre fatos da época deles, este último lhe disse: “você sabe qual é o problema da igreja, David, é que os pastores não oram”. O rev. Wilkerson falou isto  numa conferência  para  uma platéia de pastores. É triste saber disto, mas é igualmente proveitoso para a hora presente., porque  uma vez sabendo disso, podemos interceder pela vida de oração dos pregadores desta geração. Ah! Se pastores e evangelistas orassem assim:
                            Dá-me o Brasil, ou eu morro!” 

   O que eu tenho percebido é que a ausência de vínculos afetivos entre os cristãos tem tornado os homens mergulhados numa atmosfera de preocupações individuais e esta cultura do individualismo, tem atingido a igreja e cegado  muitos de nós. Creio que isto é uma armadilha do inimigo para destruir e tirar de nós a nossa vida de oração. Fiquemos atentos irmãos e oremos pelas nações.

Bibliografia.
Allen, William E. História dos Avivamentos Religiosos. Rio: Casa Publicadora Batista, 1958.

Fonte:http://pt.scribd.com/doc/12861677/JOHN-KNOX-O-FUNDADOR-DO-PURITANISMO-D-M-LloydJones


domingo, 1 de maio de 2011

Avivamento dos Morávios: Impacto nas Missões


                                 
                                                                Carmelo Peixoto
                     

Um grande testemunho para nós do que Deus pode fazer por nosso intermédio.


Introdução

       O texto que segue foi transcrito de um livro e visa chamar nossa atenção para termos a convicção de que Deus pode fazer maravilhas mesmo depois da época apostólica. Vou colocá-lo em negrito para não confundir com minhas observações e notas, cujo objetivo é despertar-nos para determinados aspectos da vida religiosa evangélica atual.

      Ele foi extraído de História dos Avivamentos religiosos de William E. Allen, publicado no Brasil, no Rio de Janeiro, pela Casa Publicadora Batista, em 1958, com tradução de Helcias Câmara. Este livro até onde sei não foi mais publicado e é um livro raro. Nele se sente uma atmosfera de preocupação com o avivamento e uma convicção do autor da importância e urgência de um avivamento.  O próprio autor nos diz na introdução sobre o seu chamado para a evangelização do mundo e, como parte disso, um direcionamento do Espírito de Deus, para que ele estudasse os grandes avivamentos do passado especialmente “a vida e obras de Charles G. Finney”. Livros como este são muito necessários e por isso julguei útil digitar sempre que puder trechos dele que são uma inspiração para todo aquele que já começou a se convencer que só uma poderosa operação do Espírito pode transformar a realidade de morte espiritual neste mundo cada vez mais decadente. Como professor de Língua Portuguesa, julguei proveitoso fazer algumas modificações na acentuação gráfica  e na ortografia em geral para atualizá-lo permanecendo fiel ao texto original, afinal já estamos com duas pequenas reformas ortográficas: a de 1971 e a de 2009. Aí vai o trecho.

     “Este avivamento começou em 1727. Antes disso, os morávios colonos de Herrnhut não podiam viver juntos em paz. Por fim, o Conde Zinzendorf deu todo o seu tempo a trabalhar por um ajuste de suas divergências.

      No dia 12 de maio de 1727, todos eles, com grande alegria, consagraram-se  novamente ao Senhor, e prometeram sepultar os seus conflitos para sempre.

      O seguinte relatório do avivamento é tirado da “História dos Morávios”, por A. Bost. “Desde aquele tempo, houve admirável efusão do Espírito Santo sobre esta venturosa Igreja, até o dia 13 de  agosto , quando a medida da graça divina parecia transbordar completamente”.
      
      “Todo dia trazia alguma nova benção. O Conde se pôs a visitar os irmãos. Este foi o começo daqueles pequenos agrupamentos que foram depois chamados “grupos de oração”. Esses grupos consistiam de duas ou três que se reuniam em secreto, para conversar sobre sua condição espiritual, para exortar-se e reprovar-se mutuamente e orar uns pelos outros.”

      No dia 22 de junho, alguns irmãos “combinaram retirar-se, em tempos determinados a um morro perto de Herrnhut, para derramarem suas almas a Deus em oração e cânticos. No mesmo dia o Conde partiu para a silésia. Antes de sua partida, vários tomaram o compromisso de de trabalhar pela continuação do avivamento” Nessa ocasião receberam uma grande benção através da leitura da Primeira Epístola de S. João.

      “No dia do Senhor, 10 de agosto, o pastor Rothe foi tomado de um impulso fora do comum, no meio da reunião. Caiu de Joelhos perante Deus, e toda a congregação prostrou-se com ele, debaixo das mesmas emoções. Uma  corrente ininterrupta de cânticos e orações, choro e súplicas, perdurou até meia-noite. Todos os corações ligaram-se pelos laços do amor.”.

      Os irmãos realizaram um culto de comunhão fraternal na quarta-feira 13. O culto foi cheio de poder espiritual e emoção. “A congregação inteira uniu-se em oração a Deus e então cantou, entre lágrimas e soluços – “Minha alma perante Ti prostrada está’- de tal modo que quase não se podia distinguir se cantavam ou choravam. A  cena era tão comovente que o pastor quase não podia contar o que viu e ouviu”.

     “Poucos dias depois deste 13 de agosto, um notável avivamento ocorreu também entre as crianças em Herrnhut e Bertholdsdorf. No dia 18 de agosto, todas as crianças do internato foram tomadas de um extraordinário impulso do Espírito e passaram toda a noite em oração.  Desde então uma constante obra de Deus operava  nas mentes das crianças das duas cidades. Não há palavras que possam expressar a poderosa operação do Espírito Santo sobre essas crianças”.

       No dia 25 de agosto, os irmãos começaram o ministério da oração contínua, que perdurou por mais de cem anos. “Eles consideravam que, como no antigo Templo o fogo do altar nunca cessava de arder, assim  na Igreja, que é agora o Templo de Deus, as orações dos santos deviam subir incessantemente ao Senhor”.

       Em janeiro de 1728, os irmãos realizaram a sua primeira reunião missionária. “Essa reunião foi celebrada com meditações sobre diferentes porções da Santa Escritura e fervorosas orações, no meio das quais a Igreja experimentou um indizível gozo da presença do Espírito”.

       As missões morávias começaram em 1731. A obra teve início nas Índias Ocidentais e na Groenlândia. Nos anos que se seguiram foram enviados missionários para o Labrador, América do Norte, América do sul, África, Ásia , Austrália e muitas ilhas marítimas. As missões morávias foram uma poderosa força na evangelização dos pagãos, mas devemos lembrar que tudo começou no avivamento de 1727.

       Como vocês puderam observar nos relatos do livro sobre o avivamento morávio, o avivamento produziu um efeito missionário extraordinário, além das maravilhas do Espírito do Senhor nos cultos e na vida dos crentes em geral. Wesley, grande pregador e evangelista foi influenciado pelos morávios numa viagem para a América e depois na Inglaterra. Este fogo do avivamento como nos informa Sammy Tippit em O Fator Oração “acendeu em Wesley um fogo que se espalhou por toda a Inglaterra e se estende hoje por todo o mundo”.

      Observe a situação em que se encontra a Igreja Cristã hoje. Veja a diferença nos cultos das igrejas, a separação e desamor entre muitos cristãos, a falta de dedicação à obra missionária, a falha em testemunhar, a timidez, a ausência de oração na vida de muitos cristãos professos. Graças a Deus que há esperança, Deus está disposto a dar um avivamento, mas precisamos “pagar o preço”; Precisamos colocar nossos olhos na eternidade, na Escritura Sagrada, lermos mais, estudarmos mais, orarmos mais e orarmos pedindo no modelo bíblico: venha o teu Reino.

      O avivamento, esta poderosa operação do Espírito é tudo o que precisamos para uma vida de amor, testemunho e poder para transformar o mundo caído e tirar as almas acorrentadas ao pecado.

     Há esperança, eu e você podemos ser muito usados por Deus, estou convicto disto. Martin Lloyd-Jones, uma grande autoridade no assunto do avivamento nos diz:

   A história das campanhas de despertamento nos mostra claramente que Deus frequentemente age de forma excepcional, produzindo e promovendo reavivamento, e faz com que ele permaneça, não necessariamente através de ministros, mas, talvez, através de pessoas que possam ter se considerado muito humildes e sem importância como membros da igreja de Cristo.  (Martin Lloyd-Jones, Revival, Crossway, 1987. Citado por Sammy Tippit em O Fator Oração, p. 132)

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